"Como podia alguém curar a outro, somente através de curar-se a si mesmo?" - Neste artigo que compartilharei abaixo, sobre um psicólogo que utilizou a técnica havaiana Ho'oponopono para curar pacientes em um manicômio judiciário, lemos sobre o "milagre" da autocura, que pode ser capaz de influenciar a cura de outras pessoas. Mas será mesmo um "milagre" ou será uma capacidade inata do ser humano, pouco explorada até o momento?
Como pode ser possível que minha autocura influencie a autocura de outra pessoa com a qual nem tive contato direto? O psicólogo Dr. Len compreende o mundo todo como uma criação nossa, enquanto membros da humanidade, mas vai além, para ele a “total responsabilidade por nossa vida implica em tudo o que está na nossa vida, pelo simples fato de estar em nossa vida e ser, por esta razão, de nossa responsabilidade”. Isso não tem haver com culpa, isso significa que somos co-criadores da realidade mundial e precisamos assumir essa responsabilidade individualmente para criar um mundo mais saudável, pacífico, próspero e harmônico. Gandhi já nos dizia isso: Seja a mudança que deseja ver no mundo.
A sabedoria mística de Dr. Len está em concordância com os Princípios Herméticos. Nas palavras do Dr. Len, “Acontece que amar-se a si mesmo é a melhor forma de melhorar a si mesmo e, à medida que você melhora a si mesmo, melhora o seu mundo”. E isso é possível, pois o microcosmo é semelhante ao macrocosmo e vice-versa (referência ao Princípio Hermético da Correspondência - É verdade, sem falsidade, certo e o mais verdadeiro: o que está abaixo é como o que está acima e o que está acima é como o que está abaixo; para fazer os milagres de uma só coisa, e do mesmo modo que todas as coisas têm sido e têm vindo de um pela mediação de um, assim todas as coisas são nascidas desta coisa única por adaptação.)
O Ho’oponopono usa palavras-chave, atuando como uma ferramenta de Programação Neuro-Linguística, para transmutar, com Amor e Compaixão, as dolorosas memórias emocionais, os bloqueios autossabotadores e as distorções de percepção daquilo que nos atinge vindo “de fora”, visto que nada está de fato “fora” de nós – nossa realidade é a projeção do nosso interior. Logo, precisamos realizar a autocura dos padrões internos de desarmonia, padrões esses responsáveis por bloqueios energéticos que resultam em faltas/excessos, no nível das qualidades e atitudes internas que devem ser remodeladas em nosso comportamento humano para alcançarmos o objetivo de ter uma vida mais saudável, feliz e produtiva. A autocura dos padrões internos desarmônicos tem o poder de harmonizar os conflitos correspondentes que vemos em nossa realidade: conflitos internos, desassossego mental e dor emocional; conflitos nos relacionamentos, no lar e no trabalho; conflito entre aquilo que o corpo precisa consumir para seu bom funcionamento e aquilo que comemos – obesidade; divergências entre mente, emoções e corpo - doenças psicossomáticas; conflitos mal-resolvidos que culminam em agressividade verbal e/ou física; divergência entre o dinheiro que se obtém com trabalho e o dinheiro que se gasta; etc.
Há quem leia o artigo abaixo com ceticismo, há quem leia e se inspire neste exemplo de potencial humano para o Bem...
O Terapeuta Mais Inusitado do Mundo
Há dois anos, ouvi falar de um terapeuta, no Havaí, que curou um pavilhão inteiro de pacientes criminais insanos sem sequer ver nenhum deles. O psicólogo estudava a ficha do preso e, em seguida, olhava para dentro de si mesmo a fim de ver como ele havia criado a enfermidade dessa pessoa. À medida que ele melhorava, o paciente também melhorava.
A primeira vez que ouvi essa história, pensei tratar-se de alguma lenda urbana. Como podia alguém curar a outro, somente através de curar-se a si mesmo? Como podia, ainda que fosse o mestre de maior poder de autocura, curar a alguém criminalmente insano? Não tinha nenhum sentido, não era lógico, de modo que descartei essa história.
Entretanto, a escutei novamente, um ano depois. Soube que o terapeuta havia usado um processo de cura havaiano chamado “Ho’oponopono”.
Nunca ouvira falar dele, no entanto, não conseguia tirá-lo de minha mente. Se a história era realmente verdadeira, eu tinha que saber mais.
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Joe Vitale e Dr. Len |
Sempre soubera que total responsabilidade significava que eu sou responsável pelo que penso e faço. O que estiver além, está fora de minhas mãos. Acho que a maior parte das pessoas pensa o mesmo sobre a responsabilidade. Somos responsáveis pelo que fazemos e não pelo que fazem os outros. O terapeuta havaiano que curou essas pessoas mentalmente enfermas me ensinaria uma nova perspectiva avançada sobre o que é a total responsabilidade. Seu nome é Dr. Ihaleakala Hew Len.
Passamos, provavelmente, uma hora falando em nossa primeira conversa telefônica. Pedi-lhe que me contasse toda a história de seu trabalho como terapeuta. Ele explicou-me que havia trabalhado no Hospital do Estado do Havaí durante quatro anos.
O pavilhão onde encerravam os loucos criminais era perigoso. Em regra geral, os psicólogos se demitiam após um mês de trabalho ali. A maior parte do pessoal do hospital ficava doente ou se demitia. As pessoas que passavam por aquele pavilhão simplesmente caminhavam com as costas contra a parede com medo de serem atacadas pelos pacientes.
Não era um lugar bom para viver, nem para trabalhar, nem para visitar. O Dr. Len disse-me que nunca viu os pacientes. Assinou um acordo para ter uma sala no hospital e revisar os seus prontuários médicos. Enquanto lia os prontuários médicos, ele trabalhava sobre si mesmo. Enquanto ele trabalhava sobre si mesmo, os pacientes começaram a curar-se. “Depois de poucos meses, os pacientes que estavam acorrentados receberam a permissão para caminharem livremente”, me disse. “Outros, que tinham que ficar fortemente medicados, começaram a ter suas medicações reduzidas. E aqueles, que não tinham jamais qualquer possibilidade de serem liberados, receberam alta” Eu estava assombrado. “Não foi somente isso”, continuou, “até o pessoal começou a gostar de ir trabalhar. O absenteísmo e as mudanças de pessoal desapareceram. Terminamos com mais funcionários do que necessitávamos porque os pacientes eram liberados e todo o pessoal vinha trabalhar. Hoje, aquele pavilhão do hospital está fechado.”
Foi neste momento que eu tive que fazer a pergunta de um milhão de dólares: “O que foi que o senhor fez a si mesmo para ocasionar tal mudança nessas pessoas?”
“Eu simplesmente estava curando aquela parte em mim que os havia criado”, disse ele.
Não entendi. O Dr. Len explicou-me, então, que entendia que a total responsabilidade por nossa vida implica em tudo o que está na nossa vida, pelo simples fato de estar em nossa vida e ser, por esta razão, de nossa responsabilidade. Num sentido literal, o mundo todo é criação nossa.
Uau! Mas isso é duro de engolir. Ser responsável pelo o que digo e faço é uma coisa. Ser responsável pelo que diz e faz outra pessoa que está na minha vida é muito diferente.
Apesar disso, a verdade é essa: se você assume completa responsabilidade por sua vida, então tudo o que você olha, escuta, saboreia, toca ou experimenta de qualquer forma é a sua responsabilidade, porque está em sua vida.
Isto significa que a atividade terrorista, o presidente, a economia ou qualquer coisa que você experimenta e não gosta, está ali para que você a cure. Tudo isto não existe, digamos, exceto como projeções que saem do seu interior.
O problema não está neles, está em você, e, para mudá-lo, você é quem tem que mudar.
Sei que isto é difícil de entender, muito menos de aceitar ou de realmente vivenciar. Colocar a culpa em outra pessoa é muito mais fácil que assumir a total responsabilidade mas, enquanto conversava com o Dr. Len, comecei a compreender essa cura dele, e que o Ho’oponopono significa amar-se a si mesmo. Se você deseja melhorar sua vida, você deve curar sua vida. Se você deseja curar alguém, mesmo um criminoso mentalmente doente, você o faz curando a si mesmo.
Perguntei ao Dr. Len como ele curava a si mesmo. O que era, exatamente, que ele fazia, quando olhava os prontuários daqueles pacientes? “Eu, simplesmente, permanecia dizendo ‘Eu sinto muito’ e ‘Te amo’, uma vez após outra” explicou-me. “Só isso?” “Só isso! Acontece que amar-se a si mesmo é a melhor forma de melhorar a si mesmo e, à medida que você melhora a si mesmo, melhora o seu mundo”.
Permita-me, agora, dar um rápido exemplo de como isto funciona.
Um dia, alguém me enviou um e-mail que me desequilibrou. No passado, eu teria reagido trabalhando meus aspectos emocionais tórridos ou tentado argumentar com a pessoa que me enviara aquela mensagem detestável. Mas, desta vez, eu decidi testar o método do Dr. Len. Comecei a pronunciar, em silêncio: “Sinto muito” e “Te amo”. Não dizia isto para alguém, em particular. Ficava, simplesmente, invocando o espírito do amor, para que ele curasse dentro de mim o que estava criando aquela circunstância externa.
Depois de uma hora, recebi um e-mail da mesma pessoa, desculpando-se pela mensagem que me enviara antes. Observe que eu não realizei qualquer ação externa para receber essa desculpa. Eu nem sequer respondi aquela mensagem. Não obstante, somente repetindo “sinto muito” e “te amo”, de alguma maneira curei dentro de mim aquilo que criara naquela pessoa.
Posteriormente, participei de um workshop sobre o Ho’oponopono, ministrada pelo Dr. Len. Ele tem, agora, 70 anos de idade, é considerado um “xamã avô” e é um pouco solitário.
Elogiou meu livro “O Fator de Atração” (The Attractor Factor). Disse-me que, à medida que eu melhorar a mim mesmo, a vibração do meu livro aumentará e todos sentirão o mesmo quando o lerem. Resumindo, na medida em que eu melhore, meus leitores também melhorarão.
“E o que acontecerá com os livros que eu já vendi e que estão lá fora?” perguntei. “Eles não estão lá fora”, explicou ele, me desconsertando, mais uma vez, com sua sabedoria mística. “Eles ainda estão dentro de você”.
Resumindo, nada está do lado de fora. Seria necessário um livro inteiro para explicar essa técnica avançada com a profundidade que ela merece. “Basta, apenas, dizer que, quando você queira ou deseje melhorar qualquer coisa na sua vida, existe somente um lugar onde procurar: dentro de você mesmo. E, quando olhar, faça-o com amor”.