terça-feira, 3 de maio de 2011

Pipa e balão


Suave brisa morna...
Teu encanto nessa forma
Fez voar meu coração pipa
Céu acima em minha Floripa.

Subindo eu subia por balão
De tua mágica cor-de-verão.
Travessuras de infância inocentes,
Romance idílico tão envolvente...

Alcei alto vôo até o pico
Culminante em beijo pudico.

Então a linha da pipa se rompeu,
De tuas mãos solto, balão se perdeu.
Só não escapou memória doce
Daquilo que pensei que fosse.

Em queda livre, desci do cume.
Hoje é a consciência que pune:
Da ilusão adoeci e restaste imune.

Desancoraste e partiste –
Não me envia notícia triste.
Aguardo novo navio,
Faça sol, chuva ou frio,
Estarei no porto a postos.

Noutro romance aposto,
Perder, vencer:  é aventura.
Não me afogarei na amargura.
Reerguer-me é minha glória,
Até que um dia viva a vitória.

17 e 18 de março, 2011 - Florianópolis